Olá. Com certeza já ouviram mais do que uma vez a expressão "Sinto saudades tuas". Quando alguém a utiliza está a atestar que sente Saudade e que essa Saudade, declarada por esse personagem, está-lhe intrinsecamente ligada, dependendo completamente dele. O que quis dizer é que a Saudade existe enquanto houver alguém para a sentir. Estou certo ou errado? Espero que respondas que estou certo, caso contrário as restantes linhas deste texto não farão sentido nenhum para ti pelo que te aconselho a parares imediatamente de o ler.
Ora, se a Saudade só existe enquanto houver alguém para a sentir, e tendo em conta que todos os seres dotados da capacidade de sentir Saudades são mortais, nunca será possível afirmar que a Saudade é eterna, uma vez que quem a pode sentir não o é. Então alguém que me explique porque raio é que continuam as floristas a colocar a frase "Saudade eterna de filhos e netos" nos ramos de flores, quando a Saudade é tão mortal como o Homem? Acredita que não percebo.
Não quero brincar com a morte nem coisa que se pareça, isto foi apenas um reparo. E já agora, o Amor, padecendo da mesma condição que a Saudade, também não é eterno, portanto parem de dizer que vão amar fulano ou sicrano para sempre porque não vão, e se o disserem vão estar a mentir, e mentir a alguém que significa alguma coisa para vocês é muito feio. Sejamos coerentes.
21 de abril de 2007
Incoerência
5 de abril de 2007
sem título
Então é assim, eu tinha uma série de coisas para dizer, coisas que davam textos de muitas linhas, mas depois achava sempre que ficava mal, portanto não vou falar de nada disso, vou só dizer algumas coisas, coisas essas que espero que me surjam daqui a pouco porque neste momento não faço a menor ideia do que vou escrever a seguir.
No outro dia falaram da estória do copo meio cheio ou meio vazio, gira por sinal, e falaram do optimismo, do quão bom é ser optimista. Foi algo bom de ser ouvir! Mas eu pensei e achei que o optimismo não é o caminho, é um atalho, algo que não sabemos bem onde vai parar e que às vezes vai ter onde queriamos. Contrariamente, e por isso é que são antónimos, o pessimismo é o caminho, é por ele que chegamos ao sítio, independentemente do sítio ser bom ou mau. Provavelmente não faz sentido nenhum o que eu disse, mas não vou rever, escrevi, está escrito e eu só quero encher o espaço do blog, e escrever meia dúzia de babozeiras com erros ortográficos e gramaticais, se não é isso que tenho andado a fazer ao longo deste tempo todo. Mas o que eu queria dizer era que o pessimismo é uma estrada alcatroada, bem pavimentada, sem buracos ou pedras no caminho, embora esteja sempre sombria e seja ladeada de árvores que se assemelham a monstros. O optimismo é aquela estrada que é muito gira no início, é a estrada que atravessa planícies verdejantes e assim, mas que é incerta, tanto pode levar ao buraco mais medonho do mundo, a desilusão, como pode continuar ao longo da planície e fazer-nos, estupidamente, pensar: "afinal tinham razão, vale a pena ser optimista, acreditei que tudo ia dar certo, e deu!Iupi! É tão bom ser optimista!!". É de facto estúpido este pensamento. Adiante. Como eu dizia, é importante ter os pés assentes na terra, e melhor do que ser pessimista de gema é ser um pessimista moderado, ou um optimopessimista, ou um pessimista ligeiramente optimista, porque já o povo diz que no meio está a virtude e é bem verdade, embora ela goste de ir até ao lado esquerdo e assim, mas isso são coisas que temos de esclarecer com a própria.
Quer dizer, supostamente os globos de ouro deveriam ser uma gala séria, um evento onde se enalteciam os feitos daqueles que se mostraram bons no que faziam em determinadas áreas, algumas nem sei porque lá estão, mas ainda disfarçam. O grande problema são as novas categorias que foram adicionadas: Globo de Ouro para melhor beijo?! Globo de Ouro para melhor vilão?! Globo de Ouro para melhor herói? Que é isto? A princípio pensei que fosse mentira, uma vez que a gala realizou-se no 1º de Abril, mas depois quando vi a seriedade com que as pessoas encaravam a situação fiquei seriamente preocupado. É a completa estupidez, neste impasse para o ano temos o globo de ouro para o actor/actriz mais atraente, para o actor/actriz mais desavergonhado e para o actor/actriz mais popular ou mais amado... Eu não percebo...
Bem, não me apetece escrever mais, só para que conste, não vou rever o que acabei de escrever, vou publica-lo, e só o lerei quando já estiver disponível para todos. Provavelmente apaga-lo-ei porque não deve fazer sentido nenhum e deve ser macabramente fastidioso pelo que estou certo que só os mais fortes, só os mais resistentes é que conseguiram ler estas últimas linhas. Vou-me despedir porque isto não é um artigo comum. E assim vivemos... Boa noite.
17 de fevereiro de 2007
Indicações
Tenho visto ultimamente algumas séries cómicas norte-americanas e descobri nelas algo que me irrita profundamente: todas elas dizem ao telespectador quais são os momentos com piada, ou seja, aparecem gargalhadas em segundo plano no decorrer da série.
E isso irrita-me tresloucadamente.
Irrita-me porque eu não quero saber quando é que o autor achou que aquilo tinha piada, eu quero é rir-me e não me sentir estúpido quando as gargalhadas surgem e eu não percebo porquê. Irrita-me também porque o facto de surgirem gargalhadas serve de dissimulação para a fraca piada que surgiu, ou seja, o espectador está à espera do momento em que as gargalhadas surgem, de modo a rir-se e a não parecer estúpido, que não presta atenção à péssima qualidade humorística do programa.
No entanto, nem só de irritação se faz este texto, também nele vai surgir a preocupação.
Sim, estou preocupado porque, como as televisões portuguesas são peritas em optimizar o uso das técnicas que possuem, muitas vezes torpemente, qualquer dia vamos estar a ver o telejornal e a meio surgirão sons de entusiasmo, quando se falar do Mickael Carreira, sons de preocupação, quando se falar na senhora que perdeu 10 galinhas, e sons de choro quando se falar no estado da nação. Penso que de hoje a esse dia, falta muito pouco tempo.
E desta maneira a televisão caminha a passos largos para dias cada vez mais gloriosos!
E assim vivemos...
26 de janeiro de 2007
Um Parêntesis
António Lobo Antunes defende que os mais infelizes são os invejosos porque vêem aqueles que invejam a triunfarem e a serem bem sucedidos.
Discordo. Os mais infelizes são, por razões óbvias, os perfeccionistas.
21 de janeiro de 2007
Nozes e dentes
Não sei se o leitor já ouviu o provérbio "Deus dá nozes a quem não tem dentes". Eu já o tinha ouvido várias vezes e hoje ouvi-o outra vez. Nada de anormal, o problema é que hoje reflecti sobre ele e cheguei à conclusão de que está completamente mal construído, que parece muito bom e aplicável uma miríade de situações, mas não. É um provérbio falacioso. Pensemos então:
1. ninguém parte uma noz com os dentes, quanto muito, esmaga-a com o pé e depois retira-lhe o miolo;
2. mesmo sem dentes e sem querer sujar as solas, posso ter um quebra-nozes, continuando a usufruir das propriedades da noz.
Como vemos, é um provérbio que metaforicamente diz muita coisa, mas a metáfora é um pouco fraquinha. Portanto aviso já a sabedoria popular para deixar de se meter em tudo. Pode saber de cozinha tradicional e de algumas coisas da vida, mas de literatura não sabe, e exemplo disto é a pobreza metafórica deste provérbio. Proponho então que se diga "Deus dá coisas a quem não as sabe usar" ou mesmo "Deus dá canudos a quem não sabe nada", sei lá, escolha você mesmo…
Assim vivemos... em 2007?
29 de dezembro de 2006
E fez-se luz! Que mau...
É impressionante a maldade que o ser humano encerra! Depois de deturpar o Natal com competições para ver quem recebia mais e melhores presentes, brinda-nos com um novo tipo de modalidade natalícia: as luzes! Sim, é verdade, agora competem para ver quem consegue ornamentar a casa com o maior número de luzinhas. É que quem ganhar a medalha de ouro aparece no Jornal Nacional...
E assim vivemos...
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Se não nos "virmos" mais: Bom Ano Novo!
4 de novembro de 2006
Corrupção?!
Longe vão os tempos em que cada um nascia com consciência. Digo isto porque no nosso tempo a consciência é deitada de lado em prol de benefícios materiais.
De facto, já ninguém se preocupa com a maneira como consegue o que quer. Tudo é lícito quando há um objectivo a atingir. O facto mais preocupante desta situação é que há pessoas dispostas a corromper e pessoas dispostas a ser corrompidas.
Hoje não é difícil passar por cima de umas quantas leis se tivermos algum dinheiro para "investir"; não é difícil anular uma multa de trânsito; não é difícil fugir a um processo judicial. Hoje em dia basta ter dinheiro, porque no fim de contas, é só isso que importa.
28 de outubro de 2006
Gramática
E assim vivemos...
15 de outubro de 2006
O talher
É-me complicado falar do talher porque se cometo alguma falha tenho amanhã a Paula Bobone a denunciar-me ao 24 horas, mas adiante.
O episódio que se segue é verídico e passou-se quando eu ainda só usava uma mão para contar a estória da minha vida. Nessa altura estava a aprender a usar o talher, não que achasse necessário, pois a colher para mim era como um canivete suíço, mas porque a responsabilidade da idade assim o exigia. Embora já levasse muito tempo a observar o uso correcto do talher, o meu vício de comer com apenas um utensílio fez-me fazer várias experiências, experiências essas que me levaram a escrever hoje.
Primeiro comecei a comer só com o garfo. Era porreiro, mas das duas, uma: ou alguém me cortava as coisas ou então tinha de as comer esmagadas, quase inteiras. Aborrecido com a falta de potencial do garfo para ferramenta única à hora das refeições, procurei usar a faca. Também se conseguia comer. Com a faca conseguia levar os alimentos à boca e muitos desses alimentos podiam ser cortados apenas com ela. No entanto havia sempre qualquer coisa que requeria o uso do garfo para ser cortada. Estes caprichos dos alimentos fizeram-me usar o talher. A minha mania foi vencida pela forte ligação entre duas coisas que só juntas e a exercerem as suas respectivas funções é que fazem sentido.
Finalmente tinha percebido que para minha maior comodidade tinha de usar o talher, com a faca a cortar e o garfo a transportar os alimentos até à boca. Vi também que mesmo estando juntos, se o garfo cortar e a faca transportar, o talher não tem 100% de funcionalidade.
Tal como o talher, é o homem e a mulher.
E assim vivemos...
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Feministas que querem mais do que igualdade de direitos escusam de dizer qualquer coisa.
1 de outubro de 2006
Chantagem
A chantagem é, na maioria das vezes em que é usada, considerada moralmente inválida. Quando chantageamos alguém, deixamo-lo ou -la com duas opções apenas, quando a imaginação com que cada ser humano nasceu podia resolver o problema por uma terceira via.
Mas, se a chantagem é condenada, por que é que é usada todos os dias por pais sem paciência para pensar nos estereótipos educacionais que usam? De facto, e se pensarmos bem, pelo menos os que têm filhos, a chantagem é na maioria das vezes o persuasor mais eficaz para que os filhos comam a sopa, vão para a cama cedo, tomem banho ou deixem de dizer palavrões.
Penso que não haveria tanta chantagem se cada um de nós não fosse obrigado a conviver com ela desde tenra idade. Porque hoje dizemos: "Ou comes a sopa, ou não comes mais rebuçados."; amanhã dizemos "Ou vais fazer os trabalhos de casa, ou ficas sem televisão uma semana" e uns anos mais tarde são eles que nos dizem "Se não param de dar palpites sobre a minha vida amorosa, saio de casa!"
E assim vivemos...
13 de setembro de 2006
Correcção ou Incorrecção, eis a questão.
Se recordar é viver, logo viver é recordar. E viver não é recordar, viver é simplesmente...viver! E recordar não é viver, é apenas recordar. Porque viver vai muito para além de recordar e recordar está muito àquem de viver.
E assim vivemos...
9 de setembro de 2006
O que se vai passar.
Quando chegas cá fora, vais ao quiosque comprar pastilhas elásticas e a pessoa que está contigo compra logo uma revista qualquer que adianta os acontecimentos das novelas que esta anda a acompanhar. Afinal como é? Querem ou não saber o que se vai passar?
E assim vivemos.
6 de setembro de 2006
Visto daqqui nº 1
Os livros não se devem devorar. Se o fizermos, pouco ficamos a perceber dele.
Daqqui vê-se assim
E assim vivemos... (e vêmos)
22 de agosto de 2006
O que é que devo vestir?
Quando somos crianças não gostamos que os nossos pais nos digam o que vestir, queremos ser nós a escolher a nossa própria roupa, a fim de andarmos vestidos com o que, aos nossos olhos, nos fica melhor. Depois de conquistarmos essa pequena meta, a de termos a liberdade de nos vestir segundo os nossos critérios, vamos indubitavelmente perde-la dando à moda o poder de decidir o que havemos de vestir. Embora em muitos casos a moda seja como um rio onde só se pesca o que se acha bonito, noutros tudo o que vem à rede é peixe.
Acho sinceramente que na generalidade, as pessoas julgam que têm corpos como os dos modelos, corpos onde todo e qualquer “trapo” fica bem, às vezes. Parece que os espelhos estão a mentir cada vez mais. Ou então são as pessoas que querem que eles mintam.
A escolha do vestuário passou a ser industrial. As pessoas passaram a vestir-se não com o que se sentem bem, mas com o que os outros acham bem. E assim passa a haver um controlo de qualidade diário, onde o controlador é a sociedade e o controlado somos nós com os nossos gostos.
E assim vivemos…
5 de agosto de 2006
Não te metas na minha vida!...
Exemplificando:
O Manuel está a sair de casa e a mãe pergunta-lhe:
_ Onde é que vais com tanta pressa?
E diz o Manuel:
_ Não te metas na minha vida! Já sou crescido.
Ao mesmo tempo, ele tem assim escrito no seu nick do messenger:
::M@NeLL:: -> I love rock'n'roll (TOU EM CASA DO JOÃO, QLQR COISA TLM)
A Luciana vai à cozinha buscar um copo de água e o irmão diz:
_ Podes jogar um bocadinho de consola comigo?
E ela, com ar zangado:
_ Não. Não me aborreças.
E o irmão:
_ Passa-se alguma coisa não passa?
E ela:
_ Não, não passa. Perde a mania de te meteres na minha vida!
Ao mesmo tempo, ela tem no nick do messenger:
~~LuCCyAnnA~~ NÃO CONSIGO VIVER SEM TI MANEL! DESCULPA! (SEM VONTADE PARA FALAR.)
E assim vivemos...
30 de julho de 2006
Prazer dos Diabos
(Muitos considerarão o que se segue como uma ideia copiada. No entanto, e para evitar isso, vou deixar bem claro que só sei que há mais gente a pensar como eu porque fui procurar um site oficial do programa e descobri muitos sites a falarem do mesmo.)
Prazer dos Diabos é o nome de um programa que passa na nova SIC Comédia, canal iniciado no tempo em que a SIC, Sociedade Independente de Comunicação, vivia de programas de humor barato e julgava que estava a fazer um favor aos portugueses que se sentiam infelizes por causa da crise. Neste canal são recuperadas grandes séries como Allô Allô ou Seinfeld; emitidos os modelos do "Herman Sic", ou seja, o Late Night com Conan O'Brien e o Tonight Show com Jay Leno. Mas não só de importações se faz este canal: entre outros, há ainda os velhinhos Malucos do Riso e este novo programa.
Neste novo programa, desconhecido ainda por muitos, cinco pessoas sentam-se a uma mesa e fazem uma "crítica gratuita, crescente e descontrolada, ao vivo e em directo". O programa é semanal, dura uma hora e tem como principal alvo de chacota o nosso Portugal. Daqui sai já um problema: em Portugal não acontece tanta coisa numa semana que possa ser "gozada" por aqueles senhores numa hora. Logo, grande parte do programa é feito pelo esforço imenso que estes fazem para ficarem a bendita hora em frente das câmaras. Para isso, qualquer coisa serve de chacota, mesmo aquelas coisas que são catalogadas pelo senso comum como "preferencialmente não-gozáveis".
Outro problema: neste programa que é "visado para chegar a todas as idades pensantes, as cinco unidades que enchem o painel crítico vão dar voz à vizinha que se queixa do aumento do preço do leite, à criança descontente com a excessiva repetição do mesmo episódio do Bernie Mac na SIC Comédia, ao treinador de bancada, ao ex-ministro e ao desgraçado que perdeu o emprego à hora de almoço", deveria incluir pessoas com estilos de vida distintos e de meios culturais diferentes, no entanto quem está sentado à volta daquela mesa são pessoas tipicamente citadinas, que, com palavras caras fazem chacota de situações às quais mais ninguém faria.
O Prazer dos Diabos é provavelmente o último fôlego da "Era Humor" da SIC.
Este programa passa todas as quartas-feiras, das 22h:30m às 23h:30m na SIC comédia. Quem vir este programa vai perceber porque é que ele está num canal por cabo e não na SIC em sinal aberto. Também temos que ter em conta que a SIC generalista já não tem muito espaço na sua grelha de programação porque somando à miríade de novelas da Globo que passam diariamente, ainda começou a emitir, três vezes por dia, uma nova produção para competir com a série portuguesa que lança mais cantores no mercado, que passa na estação rival.
E assim vivemos...
NOTA: tudo o que se apresenta a itálico é retirado da descrição oficial do "Prazer dos Diabos" que se encontra no site da SIC Comédia em http://sicprogramas.sapo.pt/sicprogramas/index.php?article=633&visual=11 .
Vejam o programa e leiam a crítica. Vão ver que um não corresponde a outro.
25 de julho de 2006
Trocas
...se queres ser cantor, segue a carreira de actor.
...se queres ser actor, segue a carreira de modelo.
Qualquer dia, quem quiser ser doutor pode sempre começar por ser pintor...
E assim vivemos...
6 de julho de 2006
Ser Homem.
No outro dia fui tomar uma vacina. A senhora enfermeira picou-me com a agulha e eu disse " Ai!" e ela disse "Isso doeu-te? Já és um homenzinho (é mentira, ainda sou uma criança, mas suponhamos que sou homem), isto não dói nada." Ao dizer que "aquilo" (uma picada de agulha directamente na tua carne) não dói nada ela está a cometer um grave erro. Aquilo dói, não é uma dor de nível 10, mas dói. No entanto, e pelo o que eu pude perceber do seu discurso, a senhora enfermeira quis dizer que homem que é homem, não sente dor, ou seja, não tem sensibilidade nervosa. O que é mentira. Homem que é homem nasce com um pénis, independentemente de conseguir controlar "pequenas" dores ou não.
Ao mesmo tempo existe aquela máxima transmitida ao longo de gerações que diz "Homem que é homem, não chora." Mais uma vez, isto é falso. O choro não é nada mais nada menos que uma expressão de profunda tristeza ou então profunda alegria. Quer se seja homem ou mulher, estamos todos habilitados da capacidade de sentir tristeza ou alegria, pelo menos.
O ponto que eu queria atingir com tudo isto é este: ao longo do tempo tem sido transmitida a várias gerações uma ideia errada do que é ser homem. Essa ideia diz que os homens não devem ter sensibilidade nervosa e que em vez de terem um coração têm um pedaço de pedra.
Agora vou ser didáctico. Se tu és um menino que tens entre 6 e 9 anos e chegas-te até aqui (se fores sobredotado e já souberes ler com 2 anos, isto também é para ti), lê isto com atenção: quando fores tomar uma vacina, ou caíres de joelhos no chão, não te faças de forte, expressa a tua dor, grita, chora... Um dia vais conseguir controlar essas dores físicas, acredita. Quando alguém próximo de ti estiver mal, ou te fizer sentir mal, ou tu próprio te sentires mal com os outros que pensam que está tudo bem, não evites chorar. Se te chamarem menina, deixa lá. Tanto meninas como meninos têm sentimentos, e tu, ao chorares estarás a ser muito mais homem do que os outros todos, que só não choram também porque têm vergonha e medo de serem gozados.
Ser homem não significa que sejas um pilar de robustez.
E assim vivemos...
P.S. Tenho reparado, a propósito do meu antigo artigo sobre fotologs, que a juventude se anda a esconder na casa de banho para tirar fotos em frente ao espelho. Já imaginei que devem levar uma carga de roupa lá para dentro, trancarem-se e depois de muitas fotos e muitas trocas de roupa, devem pedir mais um rolo de papel higiénico para disfarçar.
Vêem-se por aí muitas casas de banho porreiras...
30 de junho de 2006
tmn
Na publicidade, e era importante que o estimado leitor a visse ou a tivesse em mente, a tmn mostra que com aquele novo serviço é possível trabalhar fora do escritório, para aqueles que têm de trabalhar dentro de um. Agora eu pergunto, quem é o felizardo que tem como ocupação profissional a recepção de e-mails? Só um sortudo desses é que poderia trabalhar em qualquer lado munido de "uma poderosa terminal de recepção de e-mails móvel".
Estes tipos querem enganar quem? Com ou sem este serviço, o trabalho de escritório é feito no escritório...
E assim vivemos...
11 de abril de 2006
Poder de Decisão [desabafo abafado]
Tudo bem que o senhor bispo queira fazer prevalecer os principios católicos e levar a juventude a reflectir neste dia, mas porque raio foi ele escolher um festival no meio de tantos outros divertimentos que os jovens podem aderir nessa sexta-feira?
Já estou a ver a igreja católica a impedir as agências de viagens de funcionarem durante a época de Páscoa, ou mesmo a impedirem os bancos de fazer empréstimos, promoveriam assim a vivência total e completa do espírito da Páscoa, impedindo as pessoas de viajarem nestes dias.
O catolicismo está a perder terreno face aos prazeres que a evolução do mundo proporciona, portanto ele tem que se adaptar ao mundo, não é o mundo que se tem de adaptar ao catolicismo, como outrora o fez no tempo da Inquisição.
Cada um tem o poder de decidir o que quer fazer, não é o facto do festival nao começar na sexta feira santa que mais pessoas vão viver esse dia como deve ser.
A propósito, o festival inicia-se no sábado seguinte, dia 15. O bispo lá conseguiu o que queria.
E assim vivemos...