18 de novembro de 2007

Júpiter e as Luas

O Sol e o seu respectivo sistema de planetas têm, diz a Ciência, 4,8 milhões de anos. Para este texto gostava de convidar o leitor a considerar tudo isto falso e a deixar-se convencer pelo que vou dizendo.
No início dos tempos, Júpiter, um gigante planeta constituído por hélio e hidrogénio filho de Saturno e Cíbele, decide criar algo para povoar o espaço sideral que na altura vivia uma desolada solidão. Desta feita, cria 63 satélites que coloca a orbitar perenemente à sua volta com movimentos pseudo circulares.
Estas luas ganham então vida pelo movimento e como qualquer ser dotado dessa centelha, iniciam um sistema de competição no qual vence quem orbitar mais rapidamente o grande Júpiter. Óbvio que aquelas que se encontravam mais próximas do Grande Deus tinham vantagem sobre as que se encontravam mais distantes. Por isso, as mais distantes diziam-se azarentas, diziam que as luas mais próximas haviam sido beneficiadas por Júpiter. Outras, ainda das que se encontravam longe do grande planeta, diziam que a sua posição desfavorável para a competição era um castigo e consideravam Júpiter um déspota, todavia, adoravam-no e faziam tudo para o agradar na esperança que um dia Ele as pudesse mover para uma posição mais favorável.
Enquanto todo este tumulto de lamentos e súplicas se vivia na periferia do Grande Planeta, as luas mais próximas aclamavam e bradavam os céus, dizendo-se abençoadas e preferidas, uma vez que eram as mais rápidas, as mais brilhantes e as que sentiam mais intensamente o poder gravítico daquela Monstruosa Massa de Gás.
Naquela altura as luas viviam assim, ora dizendo-se azaradas e mal-amadas por Deus, ora achando que tudo o que tinham vinha de Deus. Devo então dizer que estavam todas totalmente erradas. Júpiter criou o sistema de luas suficientemente independente para ter que intervir e ajustar alguma coisa. A sua existência, enquanto deus, limita-se a uma plácida observação da Criação. Enquanto observa, espera que alguma lua sucumba à sua força gravítica e se junte a ele.
Ridículos são aqueles que acreditam que "lamber as botas" a Júpiter os vai salvar depois de terem feito tanta batota na corrida da vida. Júpiter não quer saber, aliás, se quisesse, deixaria de ser Júpiter e passava a ser Terra!

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