8 de novembro de 2007

anotação VI

Todos somos maus, melhor, todos somos um monte de esterco: cada um de nós é a mais hedionda peça de porcaria que a superfície da Terra já teve o desprazer de ver. No entanto há quem se aproveite, há trigo no meio do joio. Há quem tenha vergonha da sua sórdida condição, há quem a conheça e odeie: essas são o trigo, são aquelas que travam duras batalhas contra si mesmas, contra a sua tendência para o egoísmo e para a inveja. Essas merecem respeito: tentar ser bom num mundo mau é de uma lucidez transcendental.

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