Quando somos crianças não gostamos que os nossos pais nos digam o que vestir, queremos ser nós a escolher a nossa própria roupa, a fim de andarmos vestidos com o que, aos nossos olhos, nos fica melhor. Depois de conquistarmos essa pequena meta, a de termos a liberdade de nos vestir segundo os nossos critérios, vamos indubitavelmente perde-la dando à moda o poder de decidir o que havemos de vestir. Embora em muitos casos a moda seja como um rio onde só se pesca o que se acha bonito, noutros tudo o que vem à rede é peixe.
Acho sinceramente que na generalidade, as pessoas julgam que têm corpos como os dos modelos, corpos onde todo e qualquer “trapo” fica bem, às vezes. Parece que os espelhos estão a mentir cada vez mais. Ou então são as pessoas que querem que eles mintam.
A escolha do vestuário passou a ser industrial. As pessoas passaram a vestir-se não com o que se sentem bem, mas com o que os outros acham bem. E assim passa a haver um controlo de qualidade diário, onde o controlador é a sociedade e o controlado somos nós com os nossos gostos.
E assim vivemos…