Chega o verão e temos isto:
saias.
Aparatos malditos de sedução,
oscilantes tecidos de criar loucura
nas pupilas inocentes de qualquer homem.
A mulher segue envolta em altiva beleza,
numa indiferença satânica ao seu efeito
hipnotizante de musa clássica que lhe confere
o simples trapo que lhe mostra as pernas.
Saias!
Pernas suaves e límpidas movem as saias,
fazendo-as esvoaçar o sufiente:
e o homem perde-se nas sensibilidades artísticas
da instabilidade daquele sistema perfeito:
pernas e saias!
E o movimento parece perpétuo na memória
visual do simples apaixonado:
a mulher como estandarte de beleza,
encabeça a procissão do Verão,
trazendo consigo a leveza ébria
que, insensivelmente,
martiriza o peito. (suspiro profundo!)
José Maria Guerreiro
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