28 de junho de 2007

Damn Love



E assim vivemos...

20 de junho de 2007

Coisas que te fazem rir

Ontem ou anteontem vi o Curto Circuito. E quem pensa que o vou criticar que se desiluda porque decididamente não o vou fazer! O que aconteceu foi que o tema era o mesmo do título: "Coisas que te fazem rir" e houve um espertalhão que enviou para lá uma SMS, que passou em rodapé, que dizia que o que o fazia rir era o Governo e o Alvim. O Alvim percebe-se, ele é bem engraçado, um pouco apalhaçado às vezes, mas muito engraçado, agora, o Governo?! Esta referência ao Governo como "fonte" de piada reportou-me para os lamentáveis comentários que muita gente, a maioria, faz à forma como o executivo trabalha. De facto, e avisem-me se eu estiver errado, as pessoas só sabem reclamar, dizer que o Sócrates é este e aquele, que é um palhaço e que é outras coisas mais embaraçantes; passam a vida a acusar o governo de esbanjar e de explorar o "Zé Povinho", até fizeram aquela cena deplorável nas comemorações do 10 de Junho. Mas o importante é saber o porquê destas críticas tão acutilantes à governação.
Numa primeira abordagem, podemos pensar na crise que o país atravessa, no decrescente poder de compra dos cidadãos, nos avultados cortes de pessoal na função pública, no excesso de burocracia dos serviços, nas deficiências desses mesmos serviços, etc, etc. Tudo isto são óptimas razões para encher a principal figura do Governo com nomes, mas depois de pensarmos um bocado, apercebemo-nos de que não é só por causa disso, na maioria das vezes acredito que nem pensam nisso, que as pessoas criticam o Governo: muitas vezes, e na tentativa de fugirem a uma explicação que os coloque no centro do seu próprio fracasso, alguns acusam o Governo, mudando as culpas de direcção e para se sentirem menos fracassados, menos desajeitados, menos incompetentes, menos malandros; outras vezes criticam porque fica bonito, porque os faz parecer intelectuais e bem informados, e nestes casos raramente sabem o que se passa em S. Bento; outras vezes a crítica nasce de uma simbiose entre as razões anteriores. O importante nisto tudo não é acusar as pessoas, como pensam que eu estou agora a fazer, mas sim demonstrar o quão ridículos somos quando criticamos, neste caso concreto, o Governo. Porque, e agora falo com certeza, todos aqueles que criticam desmesuradamente o Governo não saberiam para onde se virar se tivessem a seu cargo tão grande responsabilidade, e quando as críticas partem de pessoas assim, pessoas que desconhecem completamente o assunto, ainda se tornam mais lamentáveis.

Não estou a defender o Governo, aliás, detesto falar disto, não percebo nada, e era isto que as pessoas como eu deviam fazer, não criticar, falar ou julgar alguma coisa à cerca da qual não percebem nada. Mas desde sempre ouvi dizer que "Só fala quem tem que se lhe diga".
Para terminar, não estou a acusar todos os críticos do Governo, gosto bastante de ouvir aqueles que trazem argumentos plausíveis e instrutivos, agora aqueles que só sabem dizer que o Sócrates é um palhaço porque é e que anda sempre a viajar, desprezo.

E assim vivemos...

Em jeito de revista cor-de-rosa, este post traz um brinde: uma mudança de visual do blog. Espero que desta maneira vos seja menos doloroso olhar para ele : )

15 de junho de 2007

Tertúlia Cor-de-Rosa

Tenho tido algum tempo da parte da manhã e quando não faço outras coisas vejo televisão. Hoje passei pelo Programa da Fátima, na SIC, no preciso momento em que Cláudio Ramos, Maya, Daniel Nascimento e outra sujeita davam corpo a uma rubrica intitulada "Tertúlia Cor-de-Rosa" que tem como principal objectivo trazer até aos telespectadores as notícias mais "importantes" da imprensa cor-de-rosa. Pela descrição que fiz não se vê nenhum mal em toda aquela, se me permitem, palhaçada, no entanto tenho a dizer ainda mais qualquer coisa.
Primeiro: os "tertulianos", como são chamados os intervenientes na rubrica, criticam duramente determinadas figuras de acordo com um critério um pouco suspeito: se não gostam de fulano transmitem ao público a pior e mais horrenda imagem dele. Tendo em conta que a rubrica em questão é, para todos os efeitos, informativa, devia, acima de tudo, prezar pela imparcialidade.
Segundo: é feito um acompanhamento escrupulosamente completo da vida das figuras que passeiam pelo quotidiano social português. Nestes acompanhamentos incluem-se previsões (acho que nesse aspecto a Maya influenciou os colegas), possíveis justificações de determinados acontecimentos, onde os "tertulianos" procuram explicar porque é que determinadas individualidades agem daquele modo, enfim, uma quantidade abusiva de conversa sem conteúdo.
Terceiro, e em jeito de conclusão, aquilo não é nada mais nada menos que uma "brincadeira de amigos", bastante útil para quem faz e para quem conhece aqueles que fazem. Quem faz é promovido e quem conhece aqueles que fazem pode sempre ser defendido, caso o seu nome saia à praça.


Embora seja degradante, parece que muita gente gosta: "Conversas de Quintal" é a rubrica do "Você na TV" que apenas não digo que foi passada a papel químico da "Tertúlia Cor-de-Rosa" porque não tem gente famosa a discutir os “rosados factos”.

E assim vivemos...

13 de junho de 2007

Coisa

Excerto retirado de "Os Irmãos Karamázov" de Fiódor Dostoiévski

" «Que solidão?» pergunto eu. «A solidão que agora reina por todo o lado, especialmente no nosso século, e ainda vem longe o fim dela. Porque cada um, hoje em dia, deseja isolar cada vez mais a sua pessoa, quer experimentar em si mesmo a plenitude da vida e, no entanto, acabam num suicídio absoluto, porque em vez da plenitude da definição da sua personalidade entra num isolamento total. Porque todos, no nosso século, se separam, cada qual se isolando na sua toca, cada qual se afastando do outro, escondendo-se e escondendo o que possui, acabando por rejeitar os outros e ser rejeitado pelos outros. Acumula a sua riqueza em solidão e pensa: que forte eu sou, que rico... e mal sabe, o louco, que quanto mais acumula mais mergulha na impotência suicida. Porque está habituado a contar apenas consigo e, como unidade, se separou do comum, habituou a sua alma a não acreditar na ajuda dos outros, nas pessoas e na humanidade e apenas receia que o seu dinheiro e os seus direitos adquiridos se percam. Hoje, por todo o lado, a mente humana irónica começa a perder consciência de que o verdadeiro sustento do indivíduo não consiste no seu esforço pessoal e solitário, mas num esforço em comunidade humana (...)"